Ao completar 133 anos nesta terça-feira (31), Uberlândia chega a um novo marco na história do saneamento básico brasileiro com a inauguração do Complexo Produtor de Água Luiz Humberto Carneiro – Sistema Capim Branco.
A obra, uma das maiores do setor no Brasil, foi iniciada pelo ex-prefeito Gilmar Machado (PT), com recursos liberados pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), através do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O novo sistema irá garantir abastecimento para 1,5 milhão, nesta primeira etapa com capacidade de ampliação para atender até 3 milhões de habitantes, no momento em que se aponta para a pior crise hídrica em mais de 100 anos no País.
A entrega e o início da operação definitiva do sistema ocorreram em solenidade com a presença de autoridades municipais e do presidente da República Jair Bolsonaro e sua comitiva formada por ministros e bancada mineira de deputados.
Na inauguração, a Estação de Tratamento de Água (ETA) começa a operar com a sua capacidade total de 2 mil litros por segundo, transportando o recurso hídrico até o Centro de Reservação do Bairro Custódio Pereira e, de lá, distribuindo para os bairros da cidade. Nesta primeira fase, a ETA reforça os dois sistemas já existentes (Sucupira e Bom Jardim).
A pré-operação do sistema foi iniciada em setembro. Etapa em que foram realizados testes em todas as áreas, como na parte elétrica, mecânica, automação, química e estanqueidade das estruturas civis. Incluindo os sistemas de motobombas da captação de água bruta e da elevatória de água tratada. Nessa fase, foi dado início ao tratamento e produção de água.
Todo o complexo ocupa uma área de 129.243,95 m² (ETA e Captação) e é composto por uma estação de tratamento, 20 km de adutoras, reservatório com capacidade de 10 milhões de litros, unidade de tratamento de resíduos e casa de química, elevatória de bombas, caixa de transição, painéis elétricos, subestação e canal de captação de água bruta. O sistema foi planejado para ser ampliado gradativamente até uma terceira etapa para triplicar a produção de água (6 mil litros por segundo). O investimento total foi de R$ 332 milhões, dos quais R$ 287,9 milhões financiados pela Caixa e outros R$ 44,7 milhões de contrapartida imediata por parte do Município.
Automação
O sistema também vai contar com tecnologia de ponta em automação, desde a captação, passando pela produção e chegando à distribuição. Ao todo serão cinco controladores lógicos que vão conectar todos os equipamentos. Os processos de automação serão interligados ao já existente sistema de telemetria do Dmae, que receberá as informações tanto para o controle local, quanto para a Central de Controle de Processos (CCP). A tecnologia propicia rapidez e precisão nas operações e reduz a demanda energética.
Subestação
O sistema conta com uma subestação de energia elétrica com os transformadores, postes e cabos elétricos já instalados pelo Dmae na área do canal de captação. O dispositivo conta com uma linha de distribuição de 18,4 km direto da subestação de Miranda em uma rede de 138 kV para atender os conjuntos de motobombas instalados no canal de captação e na ETA.
UTR
Uma Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR) também integra o Sistema. Ela realiza o tratamento do resíduo líquido (água + lodo) gerado pela ETA durante a potabilização da água. A UTR é composta por um sistema integrado com dois decantadores secundários, dois adensadores de lodo, um setor de desidratação e um tanque de regularização. Esta inovação demonstra a responsabilidade do Dmae com a sustentabilidade.