Como planejar financeiramente as viagens de fim de ano com a reabertura

Com as quedas no número de caso de COVID-19, a abertura cada vez maior da economia e com a proximidade das férias escolares de fim de ano, muitas famílias pensam em viajar e aproveitar esse momento que se tornou tão especial. No entanto, seja qual for o programa, é preciso planejamento, pois, caso contrário, o que era para ser um período de diversão e descontração será um verdadeiro pesadelo financeiro.

Lembrando que neste ano temos dois inimigos a mais para enfrentar: a inflação alta e o dólar batendo recordes. Assim, por mais que a vontade seja grande, não adianta fazer o que não pode, com o dinheiro que não tem, a alegria será momentânea e as dívidas se arrastarão por meses e, dependendo do tamanho, poderão fazer com que fique inadimplente. É possível aproveitar dentro do que o orçamento permite.

Para quem já se planejou e quitou a viagem, parabéns, você é educado financeiramente, pois o princípio é justamente analisar a situação financeira em que se encontra, sonhar – nesse caso, a viagem -, pesquisar as melhores opções com melhores preços e poupar, para, só então, realizá-lo.

Mas, infelizmente, esse não é o caso da maioria das famílias que decidem viajar no fim do ano, principalmente em função da crise que passamos. Então, vamos aos passos para que o objetivo possa ser alcançado da melhor maneira possível e sem frustrações futuras.

A primeira coisa é saber exatamente qual é sua condição financeira, ou seja, saber se está endividado, equilibrado ou é um investidor. É importante que as crianças participem dessas conversas, pois elas compreendem muito mais do que pensamos e, quando todos estão a par da situação e focados no mesmo objetivo, fica tudo mais fácil.

A partir daí, poderá saber como agir e acordo com cada caso. Se estiver endividado, talvez seja melhor abortar a ideia, deixar a viagem para outro momento. Não é para deixarem de se divertir, afinal de contas, ninguém vive apenas para pagar contas, é preciso ter lazer. Só terá que fazer alguns ajustes; se estavam pensando em ir para outro estado ou país, por exemplo, podem tentar ver alguma cidade mais perto que possam visitar ou então programas culturais na própria cidade em que vivem. Só não se diverte quem não quer.

Aos que estão equilibrados financeiramente, é importante muita cautela, pois significa que a pessoa não tem dívida, mas também não tem dinheiro guardado, então, qualquer passo não planejado pode fazer a situação mudar completamente. A recomendação é que façam desse período uma constante oportunidade para estarem juntos e felizes, por isso, pesquisem os destinos possíveis, com acomodações e programas compatíveis com o orçamento financeiro.

Quando vemos com antecedência, geralmente, pagamos mais barato e temos mais tempo para conseguir o dinheiro necessário. Se deixaram para a última hora, provavelmente, pagarão mais caro, ainda mais sendo alta temporada. Então, é preciso cuidado. Feito isso, é importante também já deixar claro as limitações de gastos que cada um poderá ter, para não se perderem nas contas, principalmente para as crianças.

Agora, se a família já é investidora, podem fazer uma viagem mais completa, talvez, com destino internacional, só é preciso ficar muito atento as regras sanitárias dos países que deseja visitar e tomar todo o cuidado com a enorme alta das moedas que enfrentamos atualmente. Lembre-se: se a viagem não foi planejada, tem grandes chances de sair muito mais cara, então, não pode descuidar. De que vale ser investidor e correr o risco de voltar com dívidas que se arrastarão por quase todo o ano seguinte.

Desenvolvi mais algumas orientações para esse período de férias:

1. Levar uma reserva financeira de 30% a 50% a mais, seja qual for a viagem, para imprevistos;
2. Tomar cuidado com os excessos, pois, no calor do momento, acabamos gastando mais do que devemos;
3. Prestar atenção no gasto com comunicação, lembrando que por ferramentas online se faz contato com grande qualidade e sem custo praticamente;
4. Se a viagem for para o exterior, colocar 80% da quantia em um cartão pré-pago e carregar 20% em espécie;
5. Cada pessoa deve ter seu cartão com os limites já pré-estabelecidos;
6. Levar no máximo dois cartões de crédito, com vencimentos próximos e posteriores a data da viagem. Informar a operadora de cartões para que saiba que estará fora do país durante o período;
7. Caso alguém peça para trazer encomendas, tentar receber o dinheiro antes de comprar.

Por: Reinaldo Domingos é educador e terapeuta financeiro

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